Tratamento de DTM e Dor Orofacial
O tratamento das desordens temporomandibulares será tão eficaz quanto for o controle dos fatores causais, ou seja, quanto mais preciso e completo for o diagnóstico, melhores serão os resultados do tratamento.
Como a DTM é causada por diversos fatores envolvidos em diferentes áreas, o tratamento acaba sendo interdisciplinar, ou seja, pode ser necessário mais de um profissional fazendo o acompanhamento do caso entre eles, cirurgiões-dentistas, psicólogos, fisioterapeutas e outros.
Geralmente, as modalidades terapêuticas envolvem:
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Informação / Autocontrole;
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Tratamento farmacológico;
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Tratamento fisioterápico;
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Tratamento cognitivo / comportamental;
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Tratamento com dispositivos intra-orais;
Outras formas de tratamento também podem ser aplicadas tais como acupuntura, toxina botulínica, laser e outros.
A reabilitação oral através de próteses, restaurações e ortodontia também são importantes, pois, proporcionam ao paciente um equilíbrio neuromuscular necessário para que o sistema estomatognático possa desempenhar suas funções (mastigação, fonação, fala, deglutição, respiração) de forma adequada sem causar sobrecargas em nenhuma estrutura protegendo assim os músculos, articulações, dentes e outros sistemas como o digestivo, respiratório e endócrino, pois, todos eles se inter-relacionam.
O diagnóstico preciso e o esclarecimento são os primeiros passos essenciais para o sucesso do tratamento.
O tratamento cognitivo envolve determinar pensamentos, elaborar e interpretar a dor, e a corrigi-los, conduzindo-os em direção positiva para o bem estar do paciente. O tratamento comportamental está direcionado para modificar a resposta a situações que induzem ou fazem perdurar a dor, mediante novas estratégias de reação.
A falta de informação e de diagnóstico geram mais ansiedade, medo, preocupação, tensão e desânimo. Enquanto que o esclarecimento, a confiança e a educação geram motivação, encorajamento, esperança, otimismo, comportamento positivo e cooperação causando um efeito terapêutico. O tratamento comportamental está direcionado para modificar a resposta a situações que induzem ou fazem perdurar a dor, mediante novas estratégias de reação. A falta de informação e de diagnóstico geram mais ansiedade, medo, preocupação, tensão e desânimo. Enquanto que o esclarecimento, a confiança e a educação geram motivação, encorajamento, esperança, otimismo, comportamento positivo e cooperação causando um efeito terapêutico.
| por Rafael Rezende Heringer
Desordens temporomandibulares
Desordem temporomandibular (DTM) é um termo coletivo que engloba alterações na musculatura mastigatória, articulação temporomandibular e estruturas associadas podendo causar numerosos sinais e sintomas que não são exclusivos do transtorno já que outras doenças podem apresentar os mesmos sintomas.
Uma estimativa conservadora da porcentagem de pessoas na população em geral com algum sinal ou sintoma de DTM é de 40% a 60% segundo os estudos. Entretanto, em média, somente 5% desta população necessita de tratamento já que na maioria das vezes os sinais e sintomas são de remissão espontânea ou de baixa intensidade.
Vários sinais e sintomas podem estar relacionados às desordens temporomandibulares tais como: dor muscular e articular à palpação ou durante a função como a mastigação, ruídos ou estalos na articulação temporomandibular, dor de cabeça (cefaléia), fraqueza e cansaço muscular, limitação de abertura bucal, zumbido entre outros.
As causas também são numerosas e é importante ressaltar que as desordens geralmente não podem ser atribuídas a uma só causa, mas, são de origem multifatorial. Ou seja, vários fatores interagem e atuam sobre as estruturas do sistema mastigatório e de forma diferente em cada indivíduo. Desta forma, um fator que desencadeia um quadro de DTM em um paciente pode não provocar qualquer efeito em outro. Podemos citar algumas causas como hábitos orais e posturais nocivos, fatores oclusais, traumatismos, fatores psicológicos/comportamentais, qualidade do sono, fatores sistêmicos, genéticos e outros.
Mais uma vez, não podemos citar um ou outro fator como sendo o mais importante. Uma avaliação minuciosa e a identificação de todos os fatores causais presentes são fundamentais para o diagnóstico e o sucesso do tratamento. A não identificação de algum fator ou mesmo uma falha no controle do mesmo poderá comprometer todo o processo, levando ao surgimento de dúvidas quanto ao diagnóstico e tratamento, aumentando ainda mais a angústia e o sofrimento do paciente.
| por Rafael Rezende Heringer
Sintomas Ontológicos

Uma das principais queixas dos pacientes com quadro de desordem temporomandibular (DTM) é a dor de ouvido, mas que não existe nenhuma causa local para tal dor. Ocorre que esta dor pode ser localizada na articulação temporomandibular e por sua proximidade com o ouvido o paciente acaba relatando dor de ouvido.
Outra possibilidade é a dor miofascial, ou seja, um ponto localizado na musculatura mastigatória ou cervical com capacidade de referir dor em outra região, no caso o ouvido.
Outros sintomas otológicos também são comuns tais como dor de ouvido, zumbido, sensação de ouvido tapado ou cheio d’água e diminuição da audição. O primeiro passo é procurar o médico otorrinolaringologista para descartar qualquer outra causa.
| por Rafael Rezende Heringer
O que são os estalos na ATM?

Os estalos ou ruídos na articulação temporomandibular (ATM) são causados por alterações no complexo côndilo-disco prejudicando o correto movimento desta articulação.
A causa mais comum é o deslocamento de disco que ao retornar para sua posição original causa algum tipo de estalo ou estalido. Entretanto, a não ocorrência do estalo não significa que o disco não esteja deslocado.
Os estalos podem ou não estar acompanhados de dor. Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico e tratamento, maiores serão as chances de sucesso. Outros ruídos também podem ocorrer e podem estar associados a um processo degenerativo de artrite/artrose na ATM, por exemplo, podendo ser apenas localizada ou associada a um quadro sistêmico.
| por Rafael Rezende Heringer
Dor, o que é?
A dor, ao contrário do que muitos possam imaginar, não é apenas uma sensação. Quando sentimos dor, tudo aquilo que se passa em nosso organismo e inclusive em nossa mente estará fazendo parte deste processo. Então, nossas emoções, reações, pensamentos, atitudes, o momento que vivemos e a importância que daremos a esta dor para a nossa vida são fatores que estarão influenciando diretamente nesta experiência.
Desta forma, em vez de apenas uma sensação desagradável, a dor é uma experiência que envolve sistema nervoso periférico, estruturas nervosas superiores, fatores cognitivos (capacidade do indivíduo compreender e avaliar o significado da experiência), emocionais (sentimentos gerados) e é altamente influenciada por experiências anteriores. A dor é totalmente subjetiva e altamente pessoal. Isso significa que indivíduos diferentes recebendo estímulos nocivos idênticos sentem dor de maneira diferente e apresentam níveis diferentes de sofrimento, ou seja, é impossível sentir a mesma dor que a outra pessoa sente. A dor pode variar também na mesma pessoa, ou seja, estímulos idênticos em momentos diferentes podem gerar níveis diferentes de sofrimento.
A dor causa sofrimento, agonia, estresse, ansiedade, preocupação e desconforto, contribuindo diretamente na qualidade de vida do indivíduo. Quanto mais severa for a dor e quanto mais tempo ela durar, maiores serão as suas respostas emocionais e maiores serão as dificuldades durante o tratamento. Portanto, torna-se claro a complexidade da dor e conseqüentemente o seu diagnóstico e tratamento.
| por Rafael Rezende Heringer
Nos dias de hoje ouvimos muito falar sobre estresse como causa de várias doenças e tornou-se comum ouvirmos as pessoas dizerem que estão estressadas. Na verdade, o fato de termos um dia cheio de tarefas, compromissos, trânsito, barulho e contas para pagar não significa necessariamente que ficaremos estressados. Cada um responde de uma forma aos estímulos e por isso, enquanto uma pessoa pode realmente estar sofrendo de estresse contínuo por esses e outros motivos, a outra pode apenas ficar cansada de um dia de trabalho, e uma simples e adequada noite de sono seria a solução do problema.
Na verdade, o estresse faz parte da nossa vida normal e em determinadas situações torna-se até mesmo necessário, pois é um mecanismo fisiológico do nosso organismo. Durante uma reação de estresse, liberamos uma série de substâncias como a adrenalina que preparam o nosso corpo para enfrentarmos determinada situação. Nos nossos ancestrais, por exemplo, o estresse era necessário para que pudessem sobreviver no meio de tantas feras selvagens e para isso, precisavam que o batimento cardíaco e a pressão arterial aumentassem, que o sangue fosse desviado do aparelho digestivo e da pele para os músculos que precisam estar fortalecidos para o combate ou para a fuga.

Estresse e ansiedade
nos casos de DTM
Nos dias atuais não precisamos fugir de nenhuma fera selvagem ou caçar o nosso alimento. Hoje em dia o estresse resulta do acúmulo de várias situações que ocorrem diariamente que resultam em dificuldades sexuais, insônia, hipertensão arterial confirmada, problemas dermatológicos prolongados, mudança extrema de apetite, taquicardia, apatia, cansaço excessivo, irritabilidade, angústia, hipersensibilidade emotiva, perda do senso de humor, tensão muscular e outros.
Então, o estresse prejudicial, o que realmente causa doença não é aquele que ocorre transitoriamente, mas, o estresse contínuo, que nos acompanha diariamente sobrecarregando o nosso organismo e nos conduzindo a um processo de exaustão e gerando, inclusive, ansiedade.
A ansiedade é uma sensação de apreensão, angústia, nervosismo e medo. Muitas vezes a causa não é detectada, pois, pode ser inconsciente. Alguns sintomas podem ser encontrados quando se tem ansiedade, tais como dores abdominais, diarreia ou necessidade frequente de urinar, boca seca ou dificuldade de engolir, dores de cabeça, tensão muscular, respiração acelerada, batimentos cardíacos acelerados ou irregulares, transpiração, agitação ou tremor, dificuldade de concentração entre outros.
Da mesma forma que o estresse, a ansiedade está presente na nossa vida e também pode ser usada a nosso favor. O problema ocorre quando essa ansiedade começa a aparecer em todo tipo de situação no nosso dia a dia podendo neste caso indicar algum distúrbio de ansiedade. Desta forma a consulta ao médico ou terapeuta torna-se importantíssima para que o paciente possa compreender o seu comportamento e aprender a lidar com as situações normalmente. O estresse e a ansiedade, além de estarem associados aos hábitos orais nocivos/parafuncionais e ao aumento da tonicidade muscular possuem a capacidade ou potencial de alterar a função normal do nosso organismo diminuindo a tolerância fisioestrutural e contribuindo desta forma para o surgimento de sinais e sintomas.
| por Rafael Rezende Heringer
Cefaléias

A cefaléia é um dos sintomas mais comuns na sociedade moderna. Estima-se que mais de 90% das pessoas apresentarão algum tipo de cefaleia ao longo da vida, constituindo, desta forma, um dos principais motivos que levam as pessoas a procurarem ajuda profissional e também é um dos motivos mais comuns de falta ao trabalho. Geralmente as mulheres são mais afetadas do que os homens, numa proporção de três para um.
Por se tratar de uma doença tão comum, as pessoas podem reconhecer os seus sintomas e tratá-los por conta própria, porque um vizinho, parente ou amigo apresentava sintomas parecidos e obteve sucesso com a automedicação. Mas na verdade, estará retardando o seu diagnóstico, fazendo o tratamento incorreto e até mesmo colocando em risco a integridade da sua saúde.
As cefaleias podem ser divididas em primárias e secundárias. As primárias mais comuns são a enxaqueca e a cefaleia tensional. Já as secundárias são aquelas causadas por alguma outra doença, como tumores, traumatismos, meningites, aneurismas e outras.
Dentre todas, a mais comum é a do tipo tensional, entretanto, geralmente não é incapacitante como no caso da enxaqueca, exceto em casos específicos, como ocorre na cefaleia tensional crônica, ocorrendo mais de quinze dias por mês. Geralmente, a tensional é de intensidade leve a moderada, bilateral, em forma de pressão ou apertamento e não incapacita a pessoa de realizar suas tarefas.
Normalmente, os pacientes não se queixam de cefaleia nos consultórios odontológicos e muito menos procuram um cirurgião dentista para uma avaliação. No entanto, principalmente nos casos de cefaleia tensional, o cirurgião dentista pode e deve desempenhar um papel muito importante, já que, muitas vezes, os fatores desencadeantes estão relacionados à sobrecarga da musculatura mastigatória.
Tanto a enxaqueca quanto a tensional e outros tipos de dor de cabeça, são de caráter multifatorial, sendo que muitos fatores causais são comuns aos dois tipos e ainda não se sabe ao certo se a tensional pode causar uma enxaqueca ou vice-versa. Então, ao se tratar um tipo de cefaleia, consequentemente poderá estar também tratando a outra. A identificação minuciosa dos fatores etiológicos é extremamente importante para o diagnóstico e tratamento das cefaleias, no entanto, este fato é frequentemente negligenciado por muitos profissionais de saúde. Esse tipo de conduta resulta em um diagnóstico incompleto e tratamento insatisfatório, prolongando o sofrimento do paciente. O mais importante é buscar ajuda profissional para obter um diagnóstico correto e consequentemente um tratamento adequado evitando os riscos da automedicação.
| por Rafael Rezende Heringer
Entendendo hábitos posturais
e suas consequências
Uma boa postura é obtida quando as estruturas responsáveis pela sustentação do corpo estão em equilíbrio, ou seja, músculos e ossos estão trabalhando em harmonia e protegendo o corpo contra possíveis sobrecargas e consequentemente contra injúrias que podem ou não gerar dor.
Quando essas estruturas não estão funcionando em equilíbrio uma sobrecarga acaba ocorrendo em alguma parte seja por compressão ou hiperextensão.
Desta forma, quando um hábito postural nocivo ocorre, como, por exemplo, a cabeça anteriorizada, alguns músculos acabam sendo hiperextendidos enquanto outros são comprimidos na busca por manter a cabeça em posição centralizada ocorrendo então sobrecarga nesses músculos envolvendo também a musculatura mastigatória que também tem que se adaptar para compensar a má postura.
Então, hábitos posturais nocivos durante o uso do computador, estudos e leituras, assistindo televisão, falando ao telefone (se fizer parte do trabalho diário) e durante o sono prejudicam o equilíbrio entre as estruturas responsáveis pela sustentação do corpo gerando sobrecarga e aumentando as chances de sintomas surgirem.
| por Rafael Rezende Heringer
Riscos da automedicação

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o percentual de internações hospitalares provocadas por reações adversas a medicamentos ultrapassa 10%.
O problema não está em fazer uso de um analgésico esporadicamente quando se sente uma dor de cabeça por exemplo. A questão principal é o uso indiscriminado de medicações muitas vezes com combinações perigosas.
Muitos medicamentos como analgésicos e anti-inflamatórios por não precisarem de receita médica parecem ser inofensivos e as pessoas acabam abusando na hora de utilizá-los, mesmo sem diagnóstico algum, sem saber que estão correndo sérios riscos.
Veja alguns riscos que a automedicação pode oferecer:
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Diagnosticar incorretamente a doença;
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Escolher o tratamento inadequado;
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Retardar o diagnóstico da doença;
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Mascarar a doença, agravando o distúrbio;
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Dose incorreta do medicamento;
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Utilização por tempo muito curto ou prolongado;
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Risco de dependência;
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Efeitos potencialmente graves.
| por Rafael Rezende Heringer
Neuralgia trigeminal


Essa dor é considerada uma das piores dores experimentadas pelo homem.
A neuralgia trigeminal pode ser resumida como um quadro de dor severa, intermitente, que se caracteriza por paroxismos, que seriam como rajadas de dor semelhantes a um choque elétrico. Mas também pode se apresentar como agulhada ou ferroada, geralmente com duração de segundos a alguns minutos. Na maioria dos casos ocorre unilateralmente, com início e término abruptos, sendo desencadeada por estímulos não nocivos tais como fonação, mastigação, o toque, o barbear, pentear os cabelos e outros. Ou seja, a dor não é proporcional ao estímulo e a região não fica dolorida entre uma crise e outra.
A dor durante a mastigação ou a fonação, por exemplo, não ocorre pela sobrecarga da musculatura ou da ATM, mas sim pelo simples toque num ponto específico, então, não deve ser confundida com uma dor musculo-esquelética.
O nervo trigêmeo é responsável por grande parte da inervação da face e estruturas craniofaciais. Ele é composto por três ramos: oftálmico, maxilar e mandibular. O gânglio trigeminal ou de Gasser, é o único gânglio do corpo humano que se localiza dentro do crânio.
Na maioria dos casos, a neuralgia trigeminal ocorre após os 40 anos, sendo mais prevalente entre 50 e 70 anos de idade. Uma das causas aceitas seria a compressão no nervo por artérias ou veias, ocasionando a neuralgia trigeminal primária, ou seja, sem ligação com outras patologias como tumores, esclerose múltipla, cistos, aneurismas, presença do vírus herpes simples nos núcleos dos neurônios e até mesmo parasitas como cisticercos.
O diagnóstico é feito através do exame clínico e através de exames como tomografia computadorizada e ressonância magnética. O tratamento geralmente é feito através de duas abordagens: farmacológica e cirúrgica.
Tanto o diagnóstico quanto o tratamento devem ser realizados por profissionais capacitados e com experiência nesses casos.
| por Rafael Rezende Heringer





